segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Case Atlético de Madrid – Um añito en el infierno, camiño al cielo

   Um forte e recente exemplo de resgate de identidade no futebol europeu é o Atleti, após o descenso para 2ª divisão da La liga, houve forte impacto nas estruturas do clube que enxergou no marketing uma saída que traria benefícios à longo prazo e fortaleceria a marca diante da torcida “colchonera”. A estratégia alternativa seria a contratação de grandes nomes do futebol e ganhos técnicos mais imediatos, porém dependeria de grandes valores em investimentos neste segundo caso.
O marketing radical adotado ficou evidente em fases, assumindo que não seriam anos fáceis nas temporadas seguintes, através de slogans como temporada no inferno, e expondo questionamentos de identidade da torcida, como na campanha em que o filho questiona o pai sobre o por que de serem “Atleti”,e como mensagem afirmativa de que há coisas muitos grandes para serem definidas em palavras.

 Imagem própria

   Apostando em situações de motivação e auto-exposição as campanhas publicitárias se mostraram efetivas em atingir o emocional dos torcedores fiéis e geralmente fiéis. O meios para realizar a publicidade sem grande investimento foram o marketing de vizinhança com “Outdoors”, publicidade gratuita (publicity), seção exclusiva no jornal local, e geração de notícias. Desta alguns objetivos enquanto entidade e clube foram sendo reafirmados, como o tratamento dos torcedores de forma mais humana, usar as pesquisas de mercado com mais cautela, não visando somente o investimento face o lucro final, relacionar o sucesso da instituição diretamente com o apoio da torcida.

   Na segunda fase das campanhas é possível demarcar o tom de anti-desespero, como nos slogans escolhidos, “Acontece à todos, a vida é feita de altos e baixos, permanecer é um ato de maturidade” e “ Manchester e Milan já estiveram aqui também.”
Em uma terceira passagem o reforço de que a união da torcida é importante e sem ela o time não conseguirá sair da situação incômoda de crise, passando a mensagem de quem é sócio e torcedor nunca abandonaria as cores do clube, e que eles são diferentes.

   Com o intuito de levantar o feedback do que as estratégias de marketing estavam surtindo, as pesquisas direcionavam questões sobre o que os torcedores sentiam naquele momento, perspectiva de futuro e nível de envolvimento.

   Por anos o clube permaneceu "apelando" para aspectos sentimentais da fiel torcida, até que os resultados esportivos reforçassem a ideia de recuperação do clube. Com o crescimento exponencial de jogadores como Gabi e Falcão Garcia, e a direção de Aragonez e posteriormente Diego Simeone, o Atlético veio ao longo dos anos chegando em mais finais da Copa do Rei da Espanha e com grandes desempenhos na Liga Europa da qual foi campeão por duas vezes 2009/10 e 2011/12. E finais da Champions em 2014 e 2016, o time voltava à tempos de consagração perante o cenário internacional.
   O décimo título do Espanhol viria então em 2014, consagrando a recuperação do clube, hoje o Atlético de Madrid é o quarto colocado no ranking da UEFA 2016 e 23º em valor de marca, ranking 2015 (Brand Finance), e presencia uma das melhores fases do clube.

Fontes:
http://pt.uefa.com/memberassociations/uefarankings/club/ 29/08/16

http://brandfinance.com/images/upload/football_50_2015_report_for_print.pdf 29/08/16

http://espn.uol.com.br/noticia/411562_apos-12-anos-atletico-deixa-a-2-divisao-se-reconstroi-e-ganha-la-decima-antes-do-real Acesso : 27/08/16

http://www.marketingdeportivomd.com/2014/09/atletico-del-infierno-la-gloria-en-15.html 29/08/16

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Jogos Olímpicos Rio2016 - A origem dos fãs


Pontos conectores evidentes nos Jogos do Rio2016

   Há pontos conectores no esporte que efetivamente atingem e definem a fidelidade do torcedor, segundo Kotler,2008, pode-se estabelecer conectores fundamentais, sendo eles os astros e os locais. Ou então o esporte como ferramenta de conexão da comunicação social, já nos casos de comunicação de busca, se evidenciam na experiência direta, incerteza inerente e sentimento de utopia.
Os casos mais explícitos de ligação com os astros durante os jogos foram sem sombra de dúvida com Usain Bolt e Michael Phelps, com uma fortuna acumulada,basicamente vinda de patrocínios estimada em $71 milhões e $44 milhões respectivamente, ambos com feitos extraordinários e por muitos considerados sobre-humanos, essa ideia de domínio unânime é um prato cheio para o relacionamento dos fãs com o esporte e com marcas ativadas.

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Usain Bolt descontraído na primeira posição dos 100m rasos. (Kai Pfaffenbach/Reuters)

   Em menor escala observamos a ginasta americana, Simone Bales , que participou pela primeira vez do evento mas se mostrou uma potencial dominadora de elementos diferentes da modalidade, mas ainda está em começo de carreira olímpica e não se compara aos estrelismos de Bolt e Phelps, que respectivemente têm dois dos contratos publicitários mais lucrativos do esporte olímpico atualmente. Em uma escala maior, porém, com menos comoção a seleção americana de basquete exerce um domínio desestimulante, e em muitos casos desinteressante para o esporte, por tal, até para a modalidade os jogos olímpicos rivalizam com a liga americana NBA.
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   A relação com o lugar no Rio de Janeiro, se deu em modalidades que já haviam histórico de prática como o Maracanã, Maracanãzinho, arenas de vôlei de praia e pela arena de basquete, pela forte relação do Flamengo com o basquetebol nacional. As outras praças esportivas se mostraram um ambiente de exploração para os visitantes, verdadeiros centros de fascínio.
Os pontos de relação familiar, acredito, que foram repassados por entes familiares que assistiram ao evento pela televisão nas últimas edições, já que nunca havia sido sediado na América Latina, e poucos teriam acesso ao acompanhamento in loco.

   Porém é muito provável que relações familiares olímpicas e por que não, esportivas, tenham sido geradas e fortalecidas durante os jogos, pelo clima latente e boas lembranças da competição.
No quesito moeda social de troca, foi absurdamente explorado durante os jogos principalmente por redes sociais e foi difícil se manter alheio ao espetáculo que estava ocorrendo no Brasil.

   A incerteza inerente ao esporte é um dos principais atrativos procurados pelos fãs, e como a oferta de modalidades e de atletas para quem torcer era absurda, ponderou como um fator de alavancagem do interesse do público, assim como o ponto da utopia de um esporte clássico disputado em moldes semelhantes aos da antiguidade, e recordes sendo quebrados, talvez essa cultura esportiva e união dos povos permaneça mais forte do que qualquer um poderia imaginar antes do evento, visto o cenário geral, que estávamos inseridos e sendo otimista, esse legado pode ser  muito bem aproveitado para o melhor oferecimento do produto esportivo e do público sedento por alto desempenho.

Fontes:
Rein,I.; Kotler, P.; Shields, B.Marketing esportivo : A reinvenção do esporte à procura de torcedores, Bookman, 2008.

Infomoney , http://www.infomoney.com.br/carreira/salarios/noticia/5447777/usain-bolt-deixa-michael-phelps-para-tras-quando-assunto-dinheiro Acesso 24/08/16.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Por que patrocinar as "omoplatas" não daria certo?

      Os clubes geram receita através da venda de determinados espaços na camisa oficial, esses espaços são limitados porém a visibilidade de tais pode ser explorada de maneiras inconvencionais.
Uma modalidade recente de patrocínio com visibilidade principalmente em entrevistas no entorno do campo de jogo, é a de exposição nas omoplatas, como costumam nomear no mercado, mesmo sendo a região da clavícula, que anatomicamente notando, é mais coerente. Teoricamente a exposição se daria de forma direcionada e com um investimento menor que um patrocínio de maior exposição e tamanho como o master, com um retorno de exposição considerável.

      Porém, mesmo levando à um questionamento à cerca de identidade, a exposição em espaços nas camisas, seguem tendência de continuar a diversificação desse tipo de patrocínio. Tendo em vista que no passado os clubes recorreram aos patrocínios externos ao futebol por empresas privadas para gerar receita em uma fase econômica decadente nos anos 70, o mesmo deve ocorrer atualmente para maximizar a dimensão dos lucros.

      Mesmo com tais fatores atuais e cenários preocupantes por vir, um exemplo a ser divulgado é o do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, que através de uma pesquisa do instituto INDEX, fechou um acordo comercial com a distribuidora de material esportivo, para fornecimento de um valor correspondente do patrocínio nas clavículas. para que não haja patrocínio na região, configurando um "não-patrocínio" como forma de valorização.

      Em outros casos a equipe prioriza a valorização do produto que tradicionalmente caso-a-caso, representa um volume menor de vendas como a terceira camisa, preferindo contratos com mais patrocinadores nesse tipo de situação.

       A inovação direcionada é importante, mas evidenciam muitos tiros no escuro com retorno financeiro duvidável para a imagem do clube, onde os patrocinadores disputam espaço, cores e destaque com o próprio emblema do clube.


Photo Credits : Guilherme Tavares /flickr.com/photos/guitavares
Termos de licença .Não responsabilidade do autor.
FONTES:
A Mancha no Manto – O patrocínio nas camisas de futebol ; Boaz Galo de Souza Sales; Universidade de São Paulo/Escola de Artes, Ciências e Humanidades.
Disponível em : http://www.fef.unicamp.br/fef/sites/uploads/congressos/vicic/40970898894.pdf
Acesso em: 01 de Agosto de 2016.

MANTOS DO FUTEBOL :Grêmio receberá pelo "não patrocínio" no omoplata da camisa.
Disponível em:
http://www.mantosdofutebol.com.br/2016/04/gremio-recebera-pelo-nao-patrocinio-no-omoplata-da-camisa/> acesso em : 01 de Agosto de 2016.